Yèyé olomi tútú. Opàrà òjò bíri kalee.

Yèyé olomi tútú. Opàrà òjò bíri kalee.

Graciosa mãe, senhora das águas frescas.
Opàrà, que ao dançar rodopia como o vento, sem que possamos vê-la.

sábado, 13 de agosto de 2011

Ciência da Linguagem: Uma pesquisa Etno-lingüística Africanista




  O Programa de Mestrado da Universidade Federal de Rondônia - UNIR através do Campus de Guajará-Mirim - RO desenvolve formação em Stricto-senso para pesquisadores em Lingüística nas linhas de pesquisa indigenista, africanista e povos amazônicos.

No período de 2008 a 2010 desenvolvi uma pesquisa africanista de formação de linguagem de povos excluídos.

O título da pesquisa foi: 
AS CONTRIBUIÇÕES LINGÜÍSTICAS DOS POVOS DE RELIGIÃO DE MATRIZES AFRICANAS NA FORMAÇÃO DA LINGUAGEM DE HOMOSSEXUAIS EM 
PORTO VELHO - RONDÔNIA

A pesquisa aconteceu na cidade de Porto Velho e teve como campo os terreiros e casas de culto africano e os  locais de grande fluxo de homossexuais e travestis. A dissertação teve como orientador o Professor Dr. Marco Antonio Domingues Teixeira e o Prof. Dr. Dante Fonseca.



Kary Falcão apresentação da Dissertação   



O Programa de Mestrado em Lingüística da UNIR conta com Professores Doutores de maior prestigio no Brasil e no Exterior.

Prof. Pós-Drª Geralda de Lima Angenot grande colaboradora da minha pesquisa 






Prof. Pós-Drª Catherine Barbara Kempf - Minha orientadora por excelência!!!

 Professores:

Pós-Dr. Jean-Pierre Angenot
Dr. Henri Ramirez
Pós-Dr. Daniel Mutombo Huta-Mukana

As bases históricas da pesquisa contou com a obra de Trevisan, Devassos no Paraíso

João Silverio Trevisan


No saldo de uma batalha cultural com tantos mortos e feridos, menciono justamente a utilização do nosso “trapo”, enquanto marginalizados, como único elemento de resistência que nos restou, desde a década de 1970, e que continua apontando para o futuro. Com o trapo, criaram-se algumas experiências artísticas fascinantes, a partir e em função da experiência homossexual. TREVISAN, 2007, p.  326


Outra obra importante para a realização do contexto histórico da homossexualidade foi Colin Spencer em Homossexualidade: Uma  história, 2000.


A sociedade deixou claro seu medo do pagão muito cedo, quando fundiu o crime de sodomia com o de heresia e semeou o terror dentro da cristandade. Não admira, assim, que esse medo tenha culminado em leis tão duras. Mas esse medo pode ser estimulado pelas autoridades, como um meio de manipula as massas e assim submetê-las as leis de controle e restrição. Não há dúvida de que, nos países cristãos, as leis contra a sexualidade foram parte de uma ficção corporativa, usada para influenciar e subjugar crenças e povos rebeldes.
SPENCER, 2000, p. 381.



 Em se tratando da formação do candomblé no Brasil, a maior contribuição literária foi de Luis Nicolau Parés, A formação do Candomblé – história e ritual da nação jeje na Bahia.




AS CONTRIBUIÇÕES LINGÜÍSTICAS DOS POVOS DE RELIGIÃO DE MATRIZES AFRICANAS NA FORMAÇÃO DA LINGUAGEM DE HOMOSSEXUAIS EM 
PORTO VELHO - RONDÔNIA

UM PEQUENO RESUMO

As contribuições lingüísticas dos povos de religião de matriz africana na formação da linguagem de homossexuais são apresentadas nessa pesquisa com base no levantamento lexical obtido nos locais de grande fluxo de homossexuais e travestis e nos terreiros e casas de religião africana. A pesquisa consiste em revelar os motivos que levaram um grupo historicamente discriminado a buscar as bases para a construção de sua linguagem em outro grupo também discriminado. Para tanto, existem contribuições sociais que levaram grupos de homossexuais a freqüentarem os terreiros e casas de religião africana tais como: o exercício da sexualidade para os povos de religião de matriz africana, as relações de gênero e de família estabelecido por esses povos e as suas concepções a respeito da homossexualidade.


Faz-se necessário construir toda uma contextualização histórica da homossexualidade apresentando as abordagens de resistência e de identidade desde a antiguidade até os dias atuais. Durante todo esse processo, a pesquisa apresenta os conflitos que contribuíram para a formação histórica das concepções que a sociedade estabelece a respeito da homossexualidade. Retrata-se os conflitos religiosos com base judaica-cristã, os conflitos sócio-politicos e os conflitos institucionalizados. Esses conflitos atualmente tem sido os responsáveis pela formação da homofobia. Com base nessa problemática, a situação de luta pela sobrevivência de homossexuais e travestis tornou-se cada dia mais desumana, deixando-os distantes do acesso aos meios de escolarização, profissionalização e trabalho, saúde e segurança pública e todos os demais direitos garantidos aos cidadãos. Homossexuais e travestis ficaram assim, impossibilitados de competir em igualdade com aqueles que tiveram acesso. A falta de acesso dos homossexuais e travestis a estes meios sociais acontece somente em virtude da não aceitação as diversas formas de orientação sexual e de identidade de gênero constituída pela nossa sociedade.


O país é um dos campeões em assassinatos de homossexuais e travestis e não existem políticas públicas afirmativas na tentativa de minimizar essas desigualdades. Essas desigualdades foram os fatores determinantes para que homossexuais e travestis ficassem em situação vulnerável e construíssem para si um meio de comunicação baseado em uma linguagem secreta.
ABSURDO: No Brasil a homofobia mata mais do que nos países onde a homossexualidade ainda é considerado como crime.

A linguagem que para os homossexuais e travestis é denominada de bajubá tem bases configuradas em um conjunto lexical encontrado na linguagem utilizada nos cultos de religião africana no Brasil. São listadas 191 (cento e noventa e uma) palavras no grupo de vocabulário juntamente com as transcrições fonéticas de como essas palavras são pronunciadas. Para informar a origem africana que pertence essas palavras foi utilizado as referencias de Jean-Pierre Angenot, no Glossário de Bantuísmos Brasileiros – Cadernos de Ciência da Linguagem (Publicação on-line do Campus de Guajará-Mirim-RO) e Yêda Pessoa de Castro (2007). Há também as demais formas de contribuições lingüísticas, tanto de morfossintaxe como de natureza semântica e as influencias da gramática normativa na linguagem de homossexuais.



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