Yèyé olomi tútú. Opàrà òjò bíri kalee.

Yèyé olomi tútú. Opàrà òjò bíri kalee.

Graciosa mãe, senhora das águas frescas.
Opàrà, que ao dançar rodopia como o vento, sem que possamos vê-la.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Candomblé: Uma Religião de Matriz Africana em Território Brasileiro

Candomblé: Uma Religião de Matriz Africana em Território Brasileiro
Prof. Ms. Kary Falcão

Este artigo, é parte da minha dissertação de mestrado que foi apresentada ao Programa de Pós-graduação stricto-senso em Ciência da Linguagem da Universidade Federal de Rondônia - UNIR.


A história da África sempre foi considerada através dos livros didáticos e demais literaturas como uma incógnita. Mediante a uma visão estereotipada, racista e primitiva, a elite européia considerava o continente africano sem cultura. Isso revela que toda a historia foi arquitetada por uma matriz européia branca fazendo com o que o legado africano, principalmente a região subsaariana, ficasse inexistente e inferiorizado.

Ao sair da África, os homens levam consigo as suas sementes. Por esse motivo se percebe muitas semelhanças entre uma religião e outra. Um exemplo disso está no ritual do sacrifício, existente em praticamente todas as demais religiões.

No cristianismo o sacrifício em torno do ofertório e da comunhão (comer do corpo e beber do sangue), pode se assemelhar com os rituais das religiões africanas onde a base com a relação com todas as entidades é o alimento. Oferece-se alimentos para as entidades comerem.  O sacrifício nos rituais animistas é uma oferenda de algo vivo no lugar de si mesmo. Isso não só acontece nos rituais de religiosidade africana mais serviu como base para a construção do cristianismo com associação a morte com sangue.
O cristianismo surge com uma exigência à adoração a um deus em favor de uma grande negociata onde o indivíduo adora para continuar e permanecer vivo. E isso foi um fator determinante para a proliferação do cristianismo.
A negociata e a tortura...
Os deuses são divindades que matam ou poupam, tornando o castigo pela doença totalmente aceita pelo ocidente
 
E isso pode ser visto em várias fases da historia, desde a Idade Média quando o papa aponta a peste negra e a lepra como de responsabilidade de judeus e de novas formas de religião místicas e de pensar, e até quando associa a contaminação com o HIV com o pecado da homossexualidade, denominando um “câncer gay”.

Os cultos africanos são taxados pelo cristianismo como cultos demoníacos. Mais o que se revela é que a religiosidade africana é à base de qualquer conceito religioso.
O arquétipo de todas as religiões tem base no continente africano.
A religião africana surge com a idéia de que todo individuo deve manter contato com os deuses e forças da natureza. As religiões africanas são de características animistas, podendo reverenciar as forças da natureza como: rios, ventos, ar, terra, agricultura e a água.
Oxossi... O guardião das matas e das florestas










Iansã... A rainha dos raios...

Oxum... A deusa das águas doces

O encontro do islamismo com o animismo africano resultou uma solução religiosa assimilada por parte da população transformando-se em uma forma alternativa de dominação. Os islâmicos iniciam o trafico dos negros como escravos com a regra de que quem é escravo é aquele que não se submete ao Islã. Isso se opõe ao cristianismo, onde o cativeiro é a primeira condição para se encontrar com Jesus.
Na realidade o cristianismo inicia uma historia marcada por escravizar pessoas.
Apesar da força considerável dos hábitos e das falsas evidencias do senso comum, temos de nos decidir de maneira definitiva a deixar de concentrar estes longos séculos, que a África não possui somente um infinito de riquezas e belezas naturais, o que a África revela é um lendário histórico de uma mitologia onde são valorizadas as formas de manifestações da natureza e a origem da religiosidade humana.
Com a reorganização internacional no sistema Pós-guerra Fria, o continente africano passa a vivenciar uma nova etapa nas relações internacionais e de processo de desenvolvimento no que se refere às tendências de reafirmação e construção de sua autonomia.

Esse artigo terá continuidade em próximas postagem com os sub-temas:

Construção da Religiosidade Africana no Brasil
Expressoes da Religião Afro-brasileira
Prof. Ms. Kary Falcão

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Oxum!!! A Rainha do Candomblé!!!



O Artigo Científico que aborda os poderes da Deusa considerada a Rainha do Candomblé pode ser lido na íntegra acessando o link abaixo:



O  artigo apresenta os encantos e os poderes
da mais famosa divindade do panteao afro-brasileiro.


Propoe levantar uma discussao a respeito das intolerancias religiosas apontadas aos povos de religiao de matriz africana no que se refere as reproducoes historicas impostas que contribuiram na desvalorizacao da mitologia africana.


Diante o sincretismo religioso e a imposicao europeia do catolicismo, nao se
pode considerar que a suposicao de imagens ou o nome dos santos aos orixas
africanos com as divindades equivalentes fossem somente consideradas como
determinantes da exploracao cultural ou substituicao de valores. Esse fenomeno pode ser explicado utilizando-se de fatores historicos que contribuiram para a discriminacao, o preconceito e as intolerancias religiosas. (SEGATO, 2005).



Essa relacao pode ate ter sido considerada como uma estrategia no momento da escravidao e de imposicao religiosa. Atualmente ela caracteriza efeito de aversao as manifestacoes religiosas dos povos africanos.





O dominio das senhoras que representam “Maria, mae de Jesus” no cristianismo, marcado pelas aparicoes de “Nossa Senhora” nas mais diferentes localidades do mundo, contribui mais ainda para que o mito africano das yabas fosse desconsiderado.

E necessario acabar com os movimentos mitologicos que atribuem aos santos ou orixas uma relacao direcionada aos santos da igreja catolica em razao desse sincretismo satisfazer a uma necessidade contemporanea independente das razoes de sua origem.

A mitologia africana sofreu na realidade foi uma influencia empobrecedora
de suas origens com o sincretismo religioso. As yabás, e em especial a Oxum,
possui caracteristicas e personalidades incoerentes com as retratas pelos catolicos a Nossa Senhora. Oxum e sedutora e cheia de encantos.




Segundo Verger (1981), “sem Oxum nao ha filhos” (LIMA apud VERGER, 2007).
As mulheres sao controladas em sua fecundidade de acordo com o desejo de Oxum.

De acordo com as lendas, os Orixas se reuniam na terra para deliberarem suas ações e as mulheres nao podiam participar das reuniões.

Portanto, Oxum tornou todas as outras mulheres estereis e impediu que as atividades planejadas pelos orixas chegassem a um resultado satisfatorio. Quando os orixas foram se queixar com Olodumare, ele questionou sobre a nao participacao de Oxum nas reunioes.

Segundo Olodumare, todas as atividades nao poderiam dar certo sem a presenca da
fertilidade de Oxum.
Quando os orixas convidaram Oxum para participar dos seus
empreendimentos, todas as atividades foram realizadas com sucesso e as mulheres
voltaram a ser ferteis.
Embora seja conhecida como a mae das maes, Oxum no seu primeiro
casamento com Orumila, o orixa da sabedoria e da advinhacao, nao teve filhos.
Como presente de nupcias, ganhou dezesseis buzios que sao usados pelos
sacerdotes de Oxum.

Ambos concordaram entao, que Oxum deveria voltar ao seu antigo marido
para pedir que ele consultasse Ifa para saber o que estava acontecendo.
Orumila fez com que Oxum fosse transportada ao ceu onde escutou a voz
de Olodumare.


Quando Oxum retornou, chorou muito e contou para Orumila. Este o
parabenizou dizendo que ela estava gravida.
Quando Oxum engravidou, todas as outras mulheres que eram estereis
tambem engravidaram sendo que nasceram muitas criancas. Ela usava de seus
poderes para baixar a febre das criancas e todas as outras mulheres faziam
oferendas em seu favor.

Para Lakesin (1991), Oxum ganha o titulo de Irunmale Olomowewe, a divindade protetora das criancas, pois na terra ioruba ela curava a febre de todas as criancas sem nenhuma dificuldade. (LIMA apud LAKESIN, 2007, p. 107). Oxum é adorada como a mae da agua doce. Conquistou poder e sabedoria por meio de seu comportamento sedutor, meigo e cheio de dengo. Essas tambem são as caracteristicas dos filhos da Oxum.

Há um rio que tem o seu nome e deságua na Lagoa de Oloba próximo ao
Golfo de Guine, depois do territorio de Ijexa.
Os africanos iorubas fizeram de suas
lindas mulheres os mais belos rios da Africa: Oyá na Nigeria e o Rio Oxum, em
Oxogbo, a morada mais bela de Iyaba.



Dessa forma, o toque dos atabaques para a danca no candomble é denominado Ijexa, pela beleza da mulher faceira que exibe os seus colares e as pulseiras, dancando diante de um espelho, vaidosa, linda e sedutora.